sábado, 11 de agosto de 2012

Por que eu acredito na luta, e não em milagres: por que eu voto no Matheus Gordo



''Você também sente ânsia ao ouvir o discurso empolado, difícil, não direto e abrangente, mas resumido.

- A família, justiça, saúde!
O vômito é inevitável para  quem sabe um mínimo do que acontece na vida real."
Ferrez

“Os eleitores elegerão os velhos ou os jovens nessas eleições?”, perguntava a Zero Hora de ontem. Eu, que acredito que a juventude é que move o mundo em direção às mudanças radicais de que ele precisa graças a heranças que os velhos deixaram, não sei dizer.

E essa é uma eleição com muitos jovens concorrendo, pelo que observo. Muitos amigos meus apoiam esses jovens, e quando conversamos, eu pergunto: por que esse candidato, e não outro? Muitos - a maioria - não sabem. Pior é quando eu pergunto: e por que esse partido, e não outro? Aí a reação é ainda mais desapontadora.

Por isso, resolvi dizer aqui porque o Matheus Gordo, e não outro, porque o Partido Socialista do Trabalhadores Unificado, e não outro. Sabe por que? Primeiro, porque essas duas coisas não se separam. O Matheus Gordo significa, ou melhor, representa um todo muito maior. A candidatura dele está longe de ser um ato individual; é algo que vem sendo construído ao longo das lutas de que participam os jovens e velhos que não se acomodam, não se conformam, se indignam e acreditam na organização dos trabalhadores para superar os problemas do mundo capitalista.

Nathália é estudante de Letras na UFRGS
Essa juventude que é representada por essa candidatura, que, espero, tende a crescer, é a juventude que esteve lado a lado e/ou concorda com a luta pela ampliação das cotas raciais e sociais para entrar nas Universidades Federais; é aquela que não fica reclamando em casa, se organiza em grêmios, diretórios acadêmicos e diretórios centrais de estudantes para lutar pelo que quer; é aquela que acredita que quando morar é um privilégio, ocupar é um direito; é aquela que se junta com os trabalhadores para ir às ruas toda vez que os governos e patrões se juntam para demitir, diminuir direitos, precarizar o trabalho; é aquela que acredita que educação é direito, não mercadoria, e que ocupa reitoria, secretaria, ministério, estuda as leis, propõe mudanças para que de fato a educação seja pública, gratuita e de qualidade; é aquela que acredita e diz pra quem quiser ouvir, sem medo, que as mulheres têm sim direito de dizer o que querem fazer com o seu próprio corpo; é aquela que não engole a história de que o racismo acabou e grita diante de qualquer manifestação dessa opressão; é aquela que sai às ruas e beija pessoas do mesmo gênero sem medo de dizer que quer a criminalização da homofobia já; é aquela que acredita que a organização dos que lutam não pode ser local, precisa se nacional e internacional; enfim, é a juventude que não fica parada e que não dorme com o conto de fadas do capitalismo.

Por isso, eu respondo à Zero Hora que sim, meu voto é da e para a juventude. E digo aos amigos que voto no Matheus Gordo por que mais do que um candidato que “vai fazer”, “vai ser”, o meu candidato é um jovem que está lado a lado, representando e muitas vezes liderando a juventude que não espera quatro anos para pensar o que fazer: é a juventude que faz e que é, porque tem consciência de que somente sendo lutadora é que é possível conquistar as mudanças que quer. “Milagres acontecem quando a gente vai à luta”, disse Sérgio Vaz, poeta da periferia. É disso que a minha galera se nutre, é nisso que acredito, é isso que meu candidato representa, é por isso que eu voto nele.





Nathália Gasparini 

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