quarta-feira, 22 de agosto de 2012

A noite de POA agoniza: Violência contra estudante na Escadaria da Borges


Por Bárbara Ivanov, estudante de Pedagogia/UFRGS
Qual o espaço atual da juventude em Porto Alegre? Nos últimos meses presenciamos o fechamento dos principais espaços de convivência da juventude. A cidade baixa e centro tem se tornado palco de criminalização de seus frequentadores: com opressão, limitação sem justificativa e em consequência gerando um espaço para violência da classe burguesa sobre os jovens com o uso da repressão militar.
Na noite de hoje a juventude se reunia na escadaria da Borges, como tem acontecido nos últimos dois meses desde o fechamento do Bar  Tutti Giorni, sendo uma forma de resistência e demarcação do seu espaço. Objetos como madeiras, garrafas plásticas e de vidro foram lançados por moradores do HOTEL EVEREST, em direção aos jovens estudantes e trabalhadores que confraternizavam no local, sem maiores ruídos. Primeiro lançaram uma madeira que ninguém atingira, assim muitos já deixaram o ambiente. Em seguida, lançaram uma garrafa de vidro, da altura do 12º andar, que atingiu uma das minhas colegas no ombro direito, por muito pouco não pegou em sua cabeça podendo  causar uma lesão fatal.
Em pouco tempo a Brigada chegou ao local, com certeza! Os policiais entraram no hotel e na saída mencionaram muitas vezes a expressão “E DEU!” buscando finalizar a discussão e qualquer tipo de diálogo, exemplo: “não encontramos o morador, E DEU”... “ela (a vítima) prestará um depoimento E DEU”... “ninguém saiu muito machucado E DEU”...
Indignação total! Ao final da conversa, depois de ouvir tudo aquilo, não conseguia parar de tremer diante da inercia imposta pela incapacidade de fazer algo e a polícia, por sua vez,  deu o assunto como encerrado.
Diante destes acontecimentos, ficam alguns questionamentos...
Por que são fechados os bares frequentados pelos jovens trabalhadores?  Não haverá uma ligação com a política de higienização da cidade?  E a ligação com interesses políticos?
Creio que há interesses políticos em afastar e segregar a juventude pobre do centro da cidade tentando silenciar as vozes dos movimentos sociais e culturais.
São dias como estes, que me fazem perceber a importância da mobilização da juventude para garantir seus direitos ao lazer, a cultura, a educação e a liberdade de expressão.
Portanto seguimos ocupando o que é nosso!!!

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