quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Legalização e descriminalização das drogas: uma política para POA e o Brasil


Na última quinta-feira (20) foi publicada uma entrevista que eu concedi ao quadro Palanque Eletrônico da Zero Hora, que é coordenado pelo jornalista Paulo Germano. O tema era a legalização das drogas, a principal proposta da minha candidatura para combater o narcotráfico e um dos nossos eixos centrais para atacar a desigualdade social. A publicação foi fiel à entrevista, mas o pequeno espaço limitou a discussão política. Resolvi responder novamente as perguntas, para aprofundar o debate um pouco mais. Mandem críticas, dúvidas e sugestões.

1 – Como funcionaria o controle do estado?
Primeiro, acredito que é necessário reconhecer que uma política estatal para as drogas deve ter abrangência sobre o conjunto das substâncias psicoativas existentes: substâncias ilícitas (ex: maconha, cocaína), lícitas de uso recreacional (ex: bebidas alcoólicas) e de uso terapêutico (fármacos). O estado deve ter o controle econômico da produção e circulação das substâncias, o que por si só eliminaria o poder do narcotráfico. Essa renda deve servir para a construção de um fundo estatal, que custeie o orçamento da saúde, educação preventiva e garanta uma política de fiscalização rigorosa.

Já existem iniciativas individuais, comunitárias e micro empresariais, de produtores de bebidas e fumo que poderiam ser estimuladas, além da cannabicultura. A estatização é necessária para garantir o fim social, diferente do que acontece hoje. Não defendo que grandes multinacionais, a partir de propagandas no rádio e na TV, incentivem o uso indiscriminado e inconsciente de qualquer substância para obter lucros exorbitantes. Também não acho correto que exista monopólio em patentes de remédio, onde o dinheiro e a ganância falam mais alto que a necessidade do povo pobre, que não tem acesso a saúde. Entendo que o fundo social deve ser construído para administrar os recursos e as iniciativas.

A situação de milhares de jovens que são levados ao tráfico ou trabalham no campo, na produção das substâncias, poderia se transformar qualitativamente, garantindo direitos, dignidade e uma nova condição social. Enfim, isso significa uma política consciente para combater a desigualdade social e acabar com um mercado ilegal, que é, por sua consequência social, altamente danoso. Em nosso país hoje uma verdadeira guerra civil, responsável por 50% dos presos brasileiros (1/5 dos homens e 50% das mulheres). No mundo inteiro esse mercado atinge 200 milhões de pessoas e movimenta cerca de 500 bilhões de dólares. Em Porto Alegre 80% dos jovens já utilizaram algum tipo de droga. A política proibicionista é hipócrita, cria um mito sobre o tema que não ajuda em nada na conscientização que é necessária para lidar com qualquer substância psicoativa. O acesso as drogas, mesmo com a proibição é fácil, todos sabem que a maior boca de fumo da cidade é do lado de uma delegacia, a que(m) serve manter as coisas desse jeito?

2 – Não poderia aumentar o número de dependentes?
Legalizar as drogas não significa um oba-oba. Tem gente que acha que dessa forma você vai comprar crack em qualquer boteco, de maneira alguma! Legalização significa regulamentação, algo que não existe em nosso país hoje. Por exemplo, com a regulamentação do estado, de imediato já seria possível aplicar uma política de redução de danos na produção das substâncias, o que diminuiria os malefícios das drogas. Com educação preventiva, o tema deverá ser encarado como debate fundamental nas escolas. Em países que aplicaram essa política, mesmo que de forma parcial, o número de dependentes diminuiu.

A legalização tem o objetivo de destinar os esforços do estado para o tratamento dos problemas reais, principalmente com relação a saúde. Em Porto Alegre existem apenas 534 leitos disponíveis para tratamento de usuários. Em nosso estado são cerca de 2,592 disponíveis pelo SUS. Os locais de tratamento se restringem ao Posto do IAPI, onde o serviço é terceirizado e ao Postão da Cruzeiro. Além disso, existem cerca de 30 leitos femininos no Hospital Espírita. O CAPS AD(Centro de atendimento psico-social – Álcool e Drogas) é um sistema completamente falho e restrito. Dilma prometeu que em 2011 construiria 136 centros de tratamento para usuários de crack, mas apenas 9 saíram do papel. Ou seja, a situação da saúde pública hoje é um dos principais elementos que fortalece a continuidade do uso “problemático” das drogas. Não há conscientização nem tratamento, apenas criminalização.

3 – O mais importante: o que um vereador pode fazer, se a legislação é federal?
Em primeiro lugar, não compreendo a política da mesma forma que os representantes dos partidos tradicionais. Entendo que o sistema político vigente afasta da política a ampla maioria da população, que é apenas convocada a votar de dois em dois anos e depois disso não recebe retorno algum. Não há participação popular na tomada das decisões, é uma democracia dos ricos que financiam as campanhas dos políticos que governam em conluio com os poderosos. Falo isso aqui, pois acredito que não há razão de ser para um mandato de um vereador se ele não atuar com o objetivo central de fortalecer a organização dos jovens e trabalhadores, colocar seu gabinete a serviço das lutas e mobilizações. Nesse sentido, a primeira coisa importante é fazer referência aos movimentos sociais, como a Marcha da Maconha, que ano após ano fortalece a pauta nas ruas. Meu mandato seria um ponto de apoio para essa luta.

Também entendo que é ridículo alegar que a legislação é federal e a gente não pode fazer nada por aqui. É um problema de cidade, que deve ser debatido pela população. Ou seja, iniciar essa discussão aqui pode ter um significado muito importante para a resolução desse problema social. E de qualquer forma, a prefeitura atua junto com a União o ano inteiro, pressiona para conseguir recursos, compactua ações em tantos temas supérfluos, como a Copa do Mundo, por que não pressionar o Governo Federal a repensar essa política? 

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Programa de Governo: propostas socialistas para Porto Alegre

Convido todos vocês a conhecerem o nosso programa de governo. Esse caderno foi elaborado pela militância da Frente Política PSTU-CS, a partir de seminários construídos de forma aberta com estudantes, trabalhadores e ativistas do movimento social, que acumularam diferentes experiências, necessidades e visões sobre a realidade de Porto Alegre. O lançamento foi no dia 13/09, aconteceu em nosso comitê e contou com a presença do Presidente Nacional do PSTU, Zé Maria de Almeida. Mais de 200 pessoas compareceram e as imagens acabaram sendo reproduzidas em um programa no horário eleitoral gratuito. 

O ponto de convergência do debate é um: a necessidade de construir Porto Alegre para os trabalhadores, ou seja, para 99% da população. Logo, nosso programo está ai para ser um ponto de apoio nas lutas em defesa dos interesses da população mais sofrida. É um caderno de propostas, mas pode ser encarado enquanto um calendário de lutas, pois sabemos que os governos que ai estão tem um compromisso, que é governar para os ricos e poderosos. Boa leitura, vamos à luta!


Festa das candidaturas da Frente Política PSTU-CS

Gente,

é nessa sexta-feira, a partir das 20h, ali na Cidade Baixa. A festa da reta final da campanha da Frente Política PSTU-CS. A parada vai ser animada, começando pelo cardápio que é um delicioso galeto com massas, feito pela nossa militância. Além disso, vai rolar um som ao vivo com uma banda de samba-rock daora! 

Todos estão convidados! Nossa campanha está sendo construída por nossos amigos, simpatizantes e a militância aguerrida, que dá duro o dia inteiro, nada mais justo do que festejar e curtir uma boa confraternização. É só chegar gente!


terça-feira, 25 de setembro de 2012

Deu na imprensa: As 10 campanhas mais cara de Porto Alegre: quem paga a banda escolhe a música!


Os dados são do TSE e foram divulgados pela Zero Hora. É a velha realidade da política, QUEM PAGA A BANDA ESCOLHE A MÚSICA! O interesse dos ricos em financiar campanhas políticas é simples: cobrar a conta posteriormente. Por isso, as campanhas da Frente Política PSTU-CS não aceitam um centavo de empresários e patrões, são financiadas única e exclusivamente por jovens e trabalhadores que compartilham ou simpatizam com as nossas ideias. O programa abaixo fala sobre o financiamento das campanhas dos prefeitos. Fortunati, Manuela e o PT vão gastar quase 30 milhões nas campanhas... depois vão dizer que não tem dinheiro para o povo. Confiram ai!




VEREADORES PORTO ALEGRE
As 10 campanhas mais caras e os principais doadores, até o momento:

1) Márcio Bins Ely (PDT)
Total arrecadado — R$ 222.226,73

- Alcea Empreendimentos Imobiliários Ltda: R$ 30 mil
- Família Bins Ely (sete pessoas): R$ 27 mil
- SPE Santa Helena Incorporadora: R$ 20 mil

2) Valter Nagelstein (PMDB)
Total arrecadado — R$ 180.770,92

- Valter Nagelstein: R$ 30,6 mil
- Alcea Empreendimentos Imobiliários: R$ 30 mil
- Arnildo Antonio Ramme: R$ 20 mil

3) Cássio Trogildo (PTB)
Total arrecadado — R$ 178.700,00

- Cássio de Jesus Trogildo: R$ 40 mil
- Direção Municipal do PTB: R$ 35 mil
- Dário Nunes Trogildo: R$ 20 mil

4) Pablo Mendes Ribeiro (PMDB)
Total arrecadado — R$ 165.800,00

- Direção Estadual/Distrital PMDB: R$ 135,8 mil
- Toniolo, Busnello S/A: R$ 20 mil
- Forjas Taurus: R$ 10 mil

5) Mauro Zacher (PDT)
Total arrecadado — R$ 155.036,73

- Multiplan Empreendimentos Imobiliários S/A: R$ 60 mil
- Contax S/A: R$ 15 mil
- Mauro Zacher: R$ 11 mil

6) Tarsila Crusius (PSDB)
Total arrecadado — R$ 135.169,00

- Direção Nacional PSDB: R$ 50 mil
- Braskem: R$ 25 mil
- Yeda Crusius: R$ 16.119,00

7) Carlos Henrique Casartelli (PTB)
Total arrecadado — R$ 130.650,00

- Cobreal Sul Indústria e Comércio de Metais Ltda: R$ 65 mil
- Direção Municipal do PTB: R$ 27 mil
- Laborsys Sistemas Diagnósticos Comércio Ltda: R$ 5 mil

8) Carlos Comassetto (PT)
Total arrecadado — R$ 103.505,11

- Hamptom Smith Participações e Invest. Ltda: R$ 40 mil
- Cia. Zaffari Comércio e Indústria: R$ 10 mil
- Forjas Taurus S/A: R$ 10 mil
- Goldsztein Administração e Incorporação Ltd: R$ 10 mil
- CMPC Celulose Riograndense Ltda: R$ 8.005,11

9) Elizandro Silva de Freitas Sabino (PTB)
Total arrecadado — R$ 102.905,80

- Direção Municipal do PTB: R$ 28 mil
- Breno Santos de Oliveira: R$ 21.696,99
- Elizandro Silva de Freitas Sabino: R$ 17.592,52

10) Juberlei Bacelo (PT)
Total arrecadado — R$ 96.955,00

- SPE Santa Helena Incorporadora: R$ 20 mil
- Antonio Vicente Martins e Advogados Ass.: R$ 10 mil
- Antonio Vicente Martins: R$ 10 mil
- Arnoni Hanke: R$ 10 mil
- José Armando Paschoal: R$ 10 mil

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Bryan e Gilian contra a homofobia!

Dale! O vídeo já está bombando nas redes, ficou muito bom mesmo! Bryan é estudante do Aplicação, foi uma das liderança do movimento estudantil da escola durante a greve. O Gilian é estudante de Ciências Sociais, Coordenador Geral do DCE da UFRGS e da Executiva Nacional da ANEL. Valeu gurizes, tamo junto :D



domingo, 23 de setembro de 2012

Imagens de um dia de campanha na periferia de Porto Alegre

Hoje fomos até o bairro Bom Jesus para conversar com a população. As fotos, além de apresentar nosso dialogo com diversos jovens e trabalhadores, mostram também a realidade da periferia da capital. O que indigna é que já são anos de promessas e nada acontece. PT, PCdoB, PMDB, PDT, todos já governaram e não conseguiram garantir o mínimo: saneamento básico! Ainda mais depois da chuva dessa semana, a situação é horrível em alguns locais! Mas vamos lá, seguimos mostrando a Porto Alegre dos trabalhadores, construindo uma alternativa socialista!

Fundos da casa de um operário da Delta. O valão transborda durante a chuva e já está nessa situação há 20 anos.



Uma das praças do bairro. Sem condições de uso para a juventude 


Valão que passa em frente a dezenas de casas











Deu na imprensa: Matheus Gordo fala sobre as drogas na Zero Hora


Saiu na Zero Hora de quinta-feira (20) gente. Concedi uma breve entrevista para o Palanque Eletrônico, que é um espaço do jornal que analisa as propostas dos candidatos, tanto os vereadores como os prefeitos. É muito breve para um bom debate sobre o tema, prometo que logo vou postar um texto respondendo essas perguntas de forma mais elaborada, mas vale a pena conferir!

Abração gente!

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Legalizar o aborto: Por quê?


Gente, hoje no horário eleitoral gratuito eu falei sobre a violência contra mulheres e homossexuais e o tema do aborto. São questões bem polêmicas, mas que precisam ser debatidas na campanha eleitoral, pois afetam a vida de milhares de pessoas diariamente. Além disso, estão completamente ligados as políticas dos governos burgueses. Por isso resolvi postar esse texto, da companheira Luciana Candido, organizado em conjunto com Cilene Gadelha e Ana Pagamunici, durante a última campanha eleitoral, quando o tema tomou grandes proporções na disputa presidencial! Boa leitura e vamos ao debate!




Legalizar  o aborto para defender a vida
É preciso repudiar a campanha moralista e hipócrita

As campanhas do PSDB e do PT rifam o direito das mulheres trabalhadoras ao atacarem a legalização do aborto. José Serra é mais enfático, apoiado pelos setores mais conservadores da sociedade, como o pastor Silas Malafaia, que defende a mulher como “ajudadora do marido”. 

Dilma Rousseff, apesar de num primeiro momento ter dito que estava a favor do aborto legal, pressionada pelos religiosos, voltou atrás, jogou no chão e sapateou em cima de uma bandeira histórica do movimento feminista. Infelizmente, a Marcha Mundial de Mulheres, assim como o MST e a Via Campesina, lançaram um manifesto de apoio a Dilma, silenciando-se sobre esse importante tema.

O pretexto político de se colocar contra o aborto para ganhar votos só revela uma coisa: as mulheres pobres continuarão morrendo com as agulhas de tricô, enquanto aquelas que têm dinheiro para pagar uma clínica clandestina continuarão fazendo abortos. Afinal, gostemos ou não, o aborto ocorre todos os dias em nosso país.

Legalizar o aborto: uma questão de classe e de saúde pública 
Os números não podem ser escondidos. Cerca de 50 milhões de abortos são realizados no mundo todos os anos. Segundo o Ministério da Saúde, no Brasil, uma em cada sete mulheres de até 40 anos já abortou. Estima-se que 15% das brasileiras, ou 5,3 milhões, tenham feito um aborto. Quem são elas? São assassinas cruéis que deveriam estar presas? Não! De acordo com o ministério, 81% delas são mães, 64% são casadas e 88% têm religião. A maioria, 65%, é católica.

No Brasil, são cerca de 1,4 milhão de abortos anuais. Uma em cada mil mulheres morre. São 1.400 mortes que poderiam ser evitadas. Entre as que sobrevivem, milhares ficam com sequelas. Todo ano, são registradas 250 mil entradas em hospitais por complicações causadas por abortos mal feitos. Esse número deve ser bem maior, já que as entradas registradas como hemorragia e infecção (ligadas à interrupção da gravidez) não são contabilizadas. 

O preço de um aborto seguro chega a mais de R$ 6 mil. Para as mulheres burguesas, que podem pagar, o risco é o mesmo de operar varizes. 

As pobres têm de recorrer a abortos sem condições de segurança, resultando em dor, sequelas e morte. Entre outros métodos precários, o conhecido remédio Cytotec pode ser encontrado por R$ 120. Ou, ainda, as clínicas de fundo de quintal, sem condições de higiene. Existem também os métodos mais bárbaros e desesperados, como os abortos com objetos perfurantes.

No Brasil, o aborto é permitido por lei em caso de risco de morte para a mãe e de gravidez por estupro. No entanto, alguns médicos e hospitais se recusam a fazer a cirurgia. No país, 74 mil estupros acontecem por ano e uma em cada 20 vítimas engravida. São 3.700 mulheres grávidas por estupro e 90% delas desejam abortar. No entanto, no máximo 300 abortos legais são realizados e poucos são por estupro.

O Estado capitalista criminaliza as mulheres...
O capitalismo é um sistema falido, que faz retroceder os mais elementares direitos dos seres humanos. Mulheres estão sendo presas por crime de aborto. Porém, o mesmo governo que condena as mulheres não lhes oferece o direito à maternidade. Não há creches para os filhos da classe trabalhadora, a saúde e a educação públicas estão em péssimas condições.

As igrejas não se revoltam com o crescente número de crianças em situação de rua. Não se pronunciam sobre o fato de ter dobrado o número de crianças e adolescentes que fizeram tratamento para vício em crack e em cocaína durante o governo Serra em São Paulo, segundo a própria Secretaria Estadual de Saúde. Não dizem uma palavra sobre o assassinato de dez mulheres por dia no Brasil.

...mas lhes nega direitos básicos 
Antes de qualquer governo defender a criminalização do aborto, sua principal preocupação deveria ser a de investir em saúde pública para garantir atendimento adequado, educação sexual nas escolas e distribuição de contraceptivos gratuitos a todas as mulheres. 

Em nome da vida e da família, impera a lei do silêncio, hipócrita e assassina. Impera a omissão do Estado. É criada uma legislação retrógrada que resulta na criminalização das mulheres pobres, enquanto o negócio do aborto clandestino continua sendo um dos mais lucrativos do mundo.

Legalizar o aborto, direito ao nosso corpo 
A criminalização do aborto aliena um direito elementar da mulher: o de decidir sobre seu próprio corpo e os rumos de sua vida. 

O capitalismo perpetua falsidades na consciência geradoras de leis e comportamentos que vêm anulando a mulher como ser consciente de si mesmo. Incapaz, portanto, de decidir sobre o seu próprio corpo, como é o caso da criminalização do aborto. 
Através de instituições – como a Igreja Católica –, são difundidas falsidades como: superioridade do sexo masculino; obrigação feminina de ter filhos; propensão “natural” da mulher para a vida doméstica, entre outras. São todas falsas consciências de uma mesma ideologia machista, que servem aos interesses do sistema, escravizam a mulher e a usam para reproduzir gratuitamente sua mão de obra, além de superexplorar metade da classe trabalhadora tida como “inferior”: as mulheres. 
Parte fundamental dessa engrenagem de opressão feminina é manter a mulher ignorante acerca de sua sexualidade e capacidade reprodutiva. Esse desconhecimento é a base para que o controle seja exercido pela burguesia e seu Estado, e não pelas próprias mulheres. O sistema necessita controlar minimamente o tamanho do exército industrial de reserva, seja para deixá-lo crescer (como foi até os anos 60), seja para contê-lo, por motivos econômicos e políticos.

A mulher deve de ter o direito de decidir sobre seu próprio corpo. Se decide ter o filho, tem de ter acesso às condições básicas para ser mãe. Se decide abortar, tem de ter acesso a um hospital público, com toda a assistência necessária. Hoje, esse direito básico é negado à mulher trabalhadora e pobre.

A luta pela garantia de nossos direitos é uma batalha de homens e mulheres da classe trabalhadora. Nem Serra, nem Dilma serão capazes de assumir a defesa das mulheres! 

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

A luta estudantil é internacional! Nossa candidatura faz parte desse projeto!

Por Pedro Silveira


     

    Nossa campanha em Porto Alegre, está fortemente ligada na luta por uma Educação Pública e de Qualidade. Matheus Gordo esteve ombro a ombro com os estudantes secundaristas na luta contra o governo Yeda, principal carrasco da educação estadual e de seu sucessor que apesar de em campanha para governador ter se apresentado enquanto oposição a Yeda, tem seguido a mesma linha de ataque a educação. O Governo Tarso com sua Reforma do Ensino Médio, ataca o futuro de todos os estudantes secundaristas, assim como ao não cumprir a lei do piso do Magistério precariza a educação. Gordo foi um dos principais organizadores da resistência a Reforma do Ensino Médio, no final de 2011, e participou ativamente das greves e protestos organizados pelo CPERS. Além disso, na recente greve das universidades Gordo participou das mobilizações, do Comando de Mobilização da UFRGS e desde o ano passado é linha de frente na campanha pelos 10% do PIB para a educação pública.


Protestos no Chile

     Quando defendemos em nossa campanha uma Educação Pública e de Qualidade estamos dizendo que estamos juntos aos estudantes do mundo inteiro que lutam para ter uma educação digna. No último período, vimos grandes manifestações em defesa da educação no Canadá, na Espanha, EUA e em Portugal.

     Desde o final de Agosto temos acompanhado no noticiário internacional a heróica luta dos estudantes chilenos por melhores condições estruturais e humanas em suas escolas. Assim como sua luta contra o rankiamento das escolas, que gera uma competição e não resolve o problema da educação chilena. Diariamente milhares de estudantes saem as ruas, ocupam escolas e são duramente reprimidos pela polícia. São muitas as denúncias de abuso sexual das estudantes menores de idades ao serem revistadas e detidas pela polícia chilena.



Charge de Latuff - Denunciando abusosda Polícia Chilena

     A candidatura de Matheus Gordo repudia os abusos da polícia chilena, assim como declara seu total apoio a luta por uma Educação Pública e de qualidade em todo o mundo. Não há como pensar nossa campanha descolada do cenário internacional, afinal, nossa candidatura é parte da Liga Internacional dos Trabalhadores, a LIT-QI, partido mundial que o PSTU constrói. Os planos de ataque a educação são parecidos em todo o mundo,  por isso, uma vitória no Chile ou no Brasil, fortalece a juventude. Afinal, somos muitos jovens, mas essencialmente fazemos parte de uma só luta!

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Drogas: para além da hipocrisia, propor a descriminalização e a legalização!

CONVIDO VOCÊS A CURTIREM O MEU 4° PROGRAMA NO HORÁRIO ELEITORAL GRATUITO, FALANDO SOBRE A QUESTÃO DAS DROGAS!




Todos sabem que um dos negócios mais lucrativos do mundo é o tráfico de drogas. Sabe-se também, que a realidade que sustenta essa lucratividade é baseada na exploração do trabalho ilegal de muitos jovens da periferia, que enxergam no tráfico uma possibilidade (ainda que arriscada) de ascensão social e status em suas comunidades.Muitos podem achar que a culpa dessa triste realidade está nos próprios usuários de drogas ilícitas, que ao comprarem com o tráfico, o sustentam. Mas é preciso entender que o uso de drogas faz parte de toda a história da humanidade e que a proibição do uso é a verdadeira causa da existência do tráfico. Outras drogas, como o álcool e a nicotina, por exemplo, são amplamente usadas em nossa sociedade sem causar os danos sociais que vemos no tráfico, por terem seus usos permitidos.

Há alguns anos, uma importante luta vem sendo travada em todo o país pela legalização da maconha. A juventude é o pólo mais mobilizado dessa luta, que também acontece aqui em Porto Alegre, tendo grande expressão na Marcha da Maconha, por exemplo. Essa luta, coloca na pauta dos movimentos sociais pontos importantíssimos que vão para além da questão legalização da droga, como, por exemplo, a ineficiência do sistema público de saúde brasileiro no atendimento dependentes químicos.

Aqui, enxergamos com facilidade o abismo social de nosso país: enquanto os trabalhadores e seus filhos tem dificuldade de acesso ao tratamento da dependência química, uma minoria da população tem condições de pagar as caras clínicas de recuperação. Enquanto os jovens gerentes das bocas, os vapores e os aviõezinhos do tráfico tem sua vida interrompida pela prisão e pelas balas da polícia, os verdadeiros traficantes possuem terras, mansões e aviões.

Como diria o Planet Hemp, temos que diferenciar “banqueiros de bancários; mega-traficantes, de meros funcionários”. Nós da Juventude do PSTU colocamos nas ruas a nossa candidatura de Juventude, através da candidatura de Matheus Gordo 16.160, sem vergonha de gritar, que pra a juventude pobre, negra, da periferia de Porto Alegre se libertar das mazelas do tráfico é preciso legalizar as drogas! Legalize Já! 

Propomos as seguintes medidas:

Fim da guerra às drogas e da criminalização da pobreza!

Descriminalização das drogas: usuário não é traficante! 

Legalização da Maconha, com liberação do plantio individual!

Legalização de todas as drogas já!

Estatização da produção e distribuição de todas as substâncias psicoativas!

Construção de um fundo social para investir em saúde, educação preventiva e emprego, para combater a desigualdade social!

O uso terapêutico e recreativo deve ser um direito de todos!

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Deu na imprensa: Trajetória dedicada à militância - Conheça o meu candidato a prefeito!

Aí galera, essa entrevista foi publicada hoje no Correio do Povo. Um pouco mais sobre a vida do meu candidato a prefeitura de Porto Alegre, o companheiro Erico Correa. Curtam ae!

Trajetória dedicada à militância
Criado no bairro Auxiliadora, aos 52 anos, o socialista Érico Corrêa vê na luta política diária a sua razão de viver.

Foto: Vinícius Roratto
Quem atende a porta do apartamento de Érico Corrêa é a secretária da casa, Solange, que passa roupas na sala de paredes adornadas com reproduções populares de telas de Van Gogh e Modigliani. Após alguns instantes, ele entra. "Solange, eles vão fazer fotos, vai ali dentro. Tá tudo arrumado, a gente nem comeu em casa ontem porque vocês vinham...".

E assim, em tom de brincadeira, o candidato do PSTU à Prefeitura de Porto Alegre começa a contar a história do menino nascido e criado no bairro Auxiliadora, que ajudou a fundar no Estado o PT e o PSol, rompeu com ambos, tem a vida pessoal fundida à atuação sindical e estufa de forma inconsciente o peito quando fala da única filha, Gabriela.

Os capítulos da sua vida são recheados de avaliações sobre os partidos, o sistema eleitoral, os governos. Se o ritmo da campanha altera muito sua rotina? "Faço mais política fora desta época do que nela. A nossa vida é a luta política", resume, em uma das várias referências a sua atual companheira de vida, Neida de Oliveira, vice-presidente do Cpers.

Aos 52 anos, Érico considera ter se politizado tardiamente. Começou a militar mesmo quando a Caixa Econômica Estadual, onde era funcionário de carreira e chegou a gerente-geral, fechou. Mas faz questão de se colocar no centro de dois episódios recentes da política gaúcha. "Fui um dos organizadores da manifestação em frente à casa da Yeda (a ex-governadora Yeda Crusius). E, no ano passado, estava entre os que não deixaram o Tarso (o governador Tarso Genro) subir no caminhão na Marcha dos 100", lembra o homem que diz ser o Cpers a "única oposição" aos governos Yeda e Tarso.

Ao PSTU, Érico filiou-se recentemente para participar da corrida à prefeitura, já que a sigla e o grupo político ao qual o sindicalista pertence discutem uma aproximação. Servidor público ativo lotado na Secretaria da Administração, sua principal ocupação é a presidência do Sindicaixa (em quarto mandato) para o qual está liberado há 12 anos.

Para responder aos adversários políticos que apontam contradições entre o discurso em favor do "proletariado" e a confortável vida de classe média, responde: "É como quando me criticam por verem alguma faixa ou cartazes meus no Auxiliadora. A gente preza muito a classe operária. Mas isso não significa que não possamos ter nada. Veja o Lenin, nunca trabalhou (dentro do conceito clássico marxista para definir trabalhadores)".

Com a mesma lógica, Érico explica a participação nas eleições ou as alianças eventuais com partidos que seu grupo critica (como a que ocorre no Cpers). "As mesmas forças que sustentam os partidos regulam o sistema eleitoral e as eleições não mudam a vida. Se fosse assim, já teriam mudado alguma coisa. Mas participamos porque são momentos ricos e também porque se abre mais espaço. A gente não pode fazer da política uma coisa utópica. Temos que ter o que Marx chamava de paciência histórica."


“MINHA CONSCIÊNCIA VEIO DA LITERATURA”
Foto: Gabriela Correa
Érico Roni Maslinkiewicz Corrêa nasceu em 1960, e passou a infância e adolescência no bairro Auxiliadora. "Estudei no Piratini, a melhor escola pública da época, e temia o Mont Serrat, onde a gente não entrava porque era um tipo de Vila Conceição de atualmente", conta.

Com orgulho, lembra o sacrifício do pai, jovem inspetor de Polícia que, por 25 anos, fez bicos como porteiro de boates para sustentar a família. Em matéria de política, contudo, sempre divergiram. "Minha consciência política veio da literatura. Erico Verissimo, Machado de Assis, Graciliano Ramos. A indignação com as coisas da vida me movia, só não sabia como enfrentar isso."

O momento de efervescência política no país foi marcado também por grandes mudanças na vida pessoal. No início dos anos 1980, Érico, que começava a vida adulta, casou e se mudou da Auxiliadora de sua então vida inteira para um apartamento que o pai tinha no Orfanotrófio. No final daquela década, novos acontecimentos: nascia sua filha, Gabriela, publicitária e estudante de Direito, hoje com 26 anos.

O início do século XXI traria mais mudanças para Érico. Já à frente do Sindicaixa e separado da primeira esposa, em 2003, ele conheceu Neida de Oliveira. Passou, como gosta de dizer, a "respirar política".


“COZINHAR, A TERAPIA PREFERIDA”
Quando não está envolvido em atividades como dirigente sindical ou militante político, Érico Corrêa recebe amigos no apartamento, recém-reformado da avenida Alberto Bins, que ele e Neida dividem há dois anos.

Em casa, gosta de cozinhar como forma de terapia. Assegura preferir cozinhar a viajar. "Faço qualquer comida, mas principalmente peixes e massas." Os pratos são regados a um bom vinho, claro.

Os períodos de lazer, diz, são reduzidos, mas sobra tempo para pequenas viagens. O destino predileto dele e de Neida é a capital argentina. Só que, mesmo com a predileção por Buenos Aires, a viagem apontada como inesquecível foi a realizada em 2008 para Santiago do Chile. Érico ainda se dedica a concluir o curso de Sociologia, que faz à distância, na Unijuí. "É uma faculdade com tradição de esquerda", destaca.





quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Democracia, estado e regime, e o camaleão


Por Lucas Foçaga, militante do PSTU

Democracia é uma palavra que comporta um certo relativismo, vocês hão de concordar comigo que o Brasil é um país mais democrático que a Síria, mas é um país menos democrático se comparamos com a Inglaterra (não que seja exemplo). Podemos fazer uma análise mais profunda, mas não vem ao caso. Vale dizer que a democracia, para nós marxistas revolucionários, está intimamente ligada a outros dois conceitos: estado e regime.
Brevemente. Estado é o conjunto de instituições públicas de um país: os tribunais, o congresso, o exército, a polícia, etc. E Regime é o mecanismo que liga essas instituições, é a forma de funcionamento desse Estado. O Estado brasileiro, assim como o sírio ou o inglês, é controlado pelos grandes empresários, banqueiros e latifundiários. O que muda é a forma de controle. E isso depende da situação da luta de classes a nível mundial, e também da situação da luta de classes a nível nacional. Mas se isso é verdade, porque no Brasil e na Inglaterra podemos votar e ser votado, temos algumas liberdades democráticas e na Síria não?

Porque o Estado, quando controlado pelos ricos e poderosos, faz do regime um camaleão. As elites irão negar ou conceder, aceitar ou reprovar, de acordo com o poder dos setores populares que estão a reivindicar. O que quero dizer é que na Síria, os trabalhadores viveram uma ditadura da família Assad por muitos anos, mas influenciados pela primavera árabe e pelas péssimas condições de vida, decidiram ir às ruas e lutar. Com muito esforço, sangue e suor, hão de arrancar das elites as liberdades democráticas que outrora negaram e aí teremos uma alteração no regime: este passará a ser um “regime democrático”, já que os controladores foram obrigados a ceder. O regime vai se adaptando como um camaleão, sem alterar o caráter do Estado. Na sociedade em que vivemos, a democracia é – afinal - resultado da luta entre ricos e poderosos e explorados e oprimidos. Então não vivemos numa democracia aqui no Brasil?

Vivemos numa democracia parcial, completa de enganações, onde temos algumas liberdades democráticas. Ainda que haja o direito à greve, se tu trabalhar numa empresa privada e fizer greve, tenha certeza que irá ser demitido. E mesmo que a nossa democracia brasileira preveja o Direito – Constitucional, Fundamental, blá blá blá whiskas sachê – à moradia, à educação e à saúde, continuamos a morrer sem ser atendido nos hospitais, continuamos com péssimas condições de ensino, e milhares e milhares de famílias não tem onde morar, enquanto milhares e milhares de terras, casas e apartamentos estão desocupados para serem alvo da especulação. No mesmo sentido também podemos dizer que, os bicheiros e mensaleiros recebem um tipo de democracia, enquanto os metalúrgicos e pedreiros recebem outra. Enquanto o Estado for o Estado das elites, por mais camaleônico que seja o regime e por mais que as liberdades democráticas sejam um avanço, os trabalhadores e a juventude continuarão sem democracia.

Bom, se juntos concluímos que Estado, 
Regime e Democracia estão profundamente ligados e são resultado da situação da luta entre dominantes e dominados e que a Democracia em que vivemos no Brasil é uma democracia parcial, que se relaciona de uma forma com os “grandões” e de outra conosco, gente normal, o que devemos fazer?
Tenho certeza que as nossas candidaturas estão comprometidas com o propósito da transformação social e da luta por uma vida melhor. O nosso partido não aparece uma vez a cada dois anos, mas está no dia-a-dia das lutas dos sindicatos e entidades populares/estudantis. Ainda que seja muito importante eleger os candidatos do PSTU, pois servem à luta dos explorados e oprimidos, não achamos que se formos eleitos “os seus problemas acabaram”. Isso porque por mais que tenhamos mudanças e avanços - e achamos que devemos lutar por todas elas, inclusive as mais específicas e pontuais, como o pagamento do piso aos professores, por exemplo – queremos fazer um chamado aos nossos colegas, amigos e companheiros para refletirmos sobre a necessidade de mudanças estruturais. Para construir um outro tipo de democracia, a democracia dos trabalhadores e da maioria da população. Para construir um Estado com outro caráter, onde a maioria da população tenha plenas liberdades democráticas e decida sobre os rumos a serem tomados. Esse Estado é o Estado Socialista. Bem diferente do que é Cuba ou China, onde meia dúzia decide por todos.

O companheiro Gordo, um cara que admiro muito e tenho alta estima e referência, representa a necessidade de refletirmos sobre que tipo de democracia vivemos. Representa a necessidade de refletirmos sobre que tipo de sociedade vivemos. E é exatamente por isso que queremos o seu voto. Para que seja um voto de protesto contra essa falsa democracia, que é a democracia dos ricos e poderosos. Que seja um voto de protesto contra a desigualdade social que vivemos. Que seja um primeiro passo para mudar essa falsa democracia.
Queremos muito o seu voto. Mas queremos muito mais do que isso. Queremos que tu faças uma adesão política a esse projeto de transformação social que o PSTU representa. Que se filie ao Partido, que venha conhecer e compor as nossas fileiras. Não há mudança sem agentes de mudança. Seja protagonista de uma nova sociedade!

Meu nome é Lucas Dallarosa Fogaça, sou estudante de Direito, tenho 22 anos e resolvi ser parte desse projeto. Seja você também!