Por Lucas Foçaga, militante do PSTU
Democracia é
uma palavra que comporta um certo relativismo, vocês hão de concordar comigo
que o Brasil é um país mais democrático que a Síria, mas é um país menos
democrático se comparamos com a Inglaterra (não que seja exemplo). Podemos
fazer uma análise mais profunda, mas não vem ao caso. Vale dizer que a
democracia, para nós marxistas revolucionários, está intimamente ligada a
outros dois conceitos: estado e regime.
Brevemente.
Estado é o conjunto de instituições públicas de um país: os tribunais, o
congresso, o exército, a polícia, etc. E Regime é o mecanismo que liga essas
instituições, é a forma de funcionamento desse Estado. O Estado brasileiro,
assim como o sírio ou o inglês, é controlado pelos grandes empresários,
banqueiros e latifundiários. O que muda é a forma de controle. E isso depende
da situação da luta de classes a nível mundial, e também da situação da luta de
classes a nível nacional. Mas se isso é
verdade, porque no Brasil e na Inglaterra podemos votar e ser votado, temos
algumas liberdades democráticas e na Síria não?
Porque o
Estado, quando controlado pelos ricos e poderosos, faz do regime um camaleão.
As elites irão negar ou conceder, aceitar ou reprovar, de acordo com o poder
dos setores populares que estão a reivindicar. O que quero dizer é que na
Síria, os trabalhadores viveram uma ditadura da família Assad por muitos anos,
mas influenciados pela primavera árabe e pelas péssimas condições de vida,
decidiram ir às ruas e lutar. Com muito esforço, sangue e suor, hão de arrancar
das elites as liberdades democráticas que outrora negaram e aí teremos uma alteração
no regime: este passará a ser um “regime democrático”, já que os controladores
foram obrigados a ceder. O regime vai se adaptando como um camaleão, sem
alterar o caráter do Estado. Na sociedade em que vivemos, a democracia é –
afinal - resultado da luta entre ricos e poderosos e explorados e oprimidos. Então não vivemos numa democracia aqui no
Brasil?
Vivemos numa
democracia parcial, completa de enganações, onde temos algumas liberdades
democráticas. Ainda que haja o direito à greve, se tu trabalhar numa empresa
privada e fizer greve, tenha certeza que irá ser demitido. E mesmo que a nossa
democracia brasileira preveja o Direito – Constitucional, Fundamental, blá blá
blá whiskas sachê – à moradia, à educação e à saúde, continuamos a morrer sem
ser atendido nos hospitais, continuamos com péssimas condições de ensino, e
milhares e milhares de famílias não tem onde morar, enquanto milhares e
milhares de terras, casas e apartamentos estão desocupados para serem alvo da
especulação. No mesmo sentido também podemos dizer que, os bicheiros e
mensaleiros recebem um tipo de democracia, enquanto os metalúrgicos e pedreiros
recebem outra. Enquanto o Estado for o Estado das elites, por mais camaleônico
que seja o regime e por mais que as liberdades democráticas sejam um avanço, os
trabalhadores e a juventude continuarão sem democracia.
Bom, se juntos
concluímos que Estado,
Regime e Democracia estão profundamente ligados e são
resultado da situação da luta entre dominantes e dominados e que a Democracia
em que vivemos no Brasil é uma democracia parcial, que se relaciona de uma
forma com os “grandões” e de outra conosco, gente normal, o que devemos fazer?
Tenho certeza
que as nossas candidaturas estão comprometidas com o propósito da transformação
social e da luta por uma vida melhor. O nosso partido não aparece uma vez a
cada dois anos, mas está no dia-a-dia das lutas dos sindicatos e entidades
populares/estudantis. Ainda que seja muito importante eleger os candidatos do
PSTU, pois servem à luta dos explorados e oprimidos, não achamos que se formos
eleitos “os seus problemas acabaram”. Isso porque por mais que tenhamos
mudanças e avanços - e achamos que devemos lutar por todas elas, inclusive as
mais específicas e pontuais, como o pagamento do piso aos professores, por
exemplo – queremos fazer um chamado aos nossos colegas, amigos e companheiros
para refletirmos sobre a necessidade de mudanças estruturais. Para construir um
outro tipo de democracia, a democracia dos trabalhadores e da maioria da
população. Para construir um Estado com outro caráter, onde a maioria da
população tenha plenas liberdades democráticas e decida sobre os rumos a serem
tomados. Esse Estado é o Estado Socialista. Bem diferente do que é Cuba ou China,
onde meia dúzia decide por todos.
O companheiro
Gordo, um cara que admiro muito e tenho alta estima e referência, representa a
necessidade de refletirmos sobre que tipo de democracia vivemos. Representa a
necessidade de refletirmos sobre que tipo de sociedade vivemos. E é exatamente
por isso que queremos o seu voto. Para que seja um voto de protesto contra essa
falsa democracia, que é a democracia dos ricos e poderosos. Que seja um voto de
protesto contra a desigualdade social que vivemos. Que seja um primeiro passo
para mudar essa falsa democracia.
Queremos muito
o seu voto. Mas queremos muito mais do que isso. Queremos que tu faças uma
adesão política a esse projeto de transformação social que o PSTU representa.
Que se filie ao Partido, que venha conhecer e compor as nossas fileiras. Não há
mudança sem agentes de mudança. Seja protagonista de uma nova sociedade!
Meu nome é Lucas
Dallarosa Fogaça, sou estudante de Direito, tenho 22 anos e resolvi ser parte
desse projeto. Seja você também!
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