quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Desigualdade social MATA: alguns números da violência em POA

Por André Simões

Todos os dias, ao abrirmos os principais jornais de Porto Alegre está lá: mais um jovem morto em algum bairro da periferia. Não tem como fugir desse debate, não é a toa que a violência é um dos três temas que mais preocupa os eleitores da capital. Entra governo, saí governo e o problema continua, é a hora de questionar a política de combate a violência da burguesia. O poder público apenas se interessa em colocar mais policia na rua, o que já se mostra um método falido de tentar resolver o problema de segurança publica e apenas serve para criminalizar a pobreza.

Segundo dados do Instituto Sangari, em Porto Alegre, a taxa de mortes juvenis é 2,2 vezes maior que o restante da população, sendo que a taxa de homicídios de jovens cresceu 42,1% em 10 anos. A juventude negra é mais atingida pela falta de políticas públicas que resolvam a situação da violência em nossa cidade. Mais de 30% das vitimas de homicídios juvenis em Porto Alegre concentram-se em cinco bairros com maior concentração de negros: Sarandi (47 mortes, 6,74% do total de óbitos), Lomba do Pinheiro (27 mortes, 9,03%), Santa Tereza (25 mortes, 5,21%), Rubem Berta (24 mortes, 5,21%) e Restinga (23 mortes, 3,74%).

Esses bairros são também os que têm mais demanda de vagas na educação infantil, saúde e saneamento básico. Também são os “campeões” em denúncias de violência policial. Isto apenas mostra o quão nossa sociedade é racista e a polícia atua não para proteger o conjunto da população, e sim, os mais ricos. O que nos vemos é a repetição de governos que não investem em educação e geração de empregos para juventude, que se sente atraída pelo mundo do trafico que emprega e para muitos é o seu sustento. São dezenas de jovens que se vêm sem oportunidade nessa sociedade capitalista, viram “bucha de canhão” na mão do tráfico.

A solução não é colocar mais policia na rua, essa mesma policia, na maioria das vezes, é quem mata a juventude negra na periferia, pois não tem diálogo com a população. É necessário combater a violência, primeiro com uma mudança na política econômica para que ela atenda os interesses dos trabalhadores e não para os mais o ricos. É necessária a descriminalização e legalização das drogas para combater o narcotráfico que enriquece a burguesia e mata a juventude da periferia. A desmilitarização e unificação de todas as policias em uma única policia civil com estrutura interna democrática, que tenha seus delegados, promotores e juízes eleitos pelas comunidades.

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