Todos os dias, ao abrirmos os principais jornais de Porto Alegre está lá: mais um jovem morto em algum bairro da periferia. Não tem como fugir desse debate, não é a toa que a violência é um dos três temas que mais preocupa os eleitores da capital. Entra governo, saí governo e o problema continua, é a hora de questionar a política de combate a violência da burguesia. O poder público apenas se interessa em colocar mais policia na rua, o que já se mostra um método falido de tentar resolver o problema de segurança publica e apenas serve para criminalizar a pobreza.
Segundo dados do Instituto
Sangari, em Porto Alegre, a taxa de mortes juvenis é 2,2 vezes maior que o
restante da população, sendo que a taxa de homicídios de jovens cresceu 42,1%
em 10 anos. A juventude negra é mais atingida pela falta de políticas públicas
que resolvam a situação da violência em nossa cidade. Mais de 30% das vitimas
de homicídios juvenis em Porto Alegre concentram-se em cinco bairros com maior
concentração de negros: Sarandi (47 mortes, 6,74% do total de óbitos), Lomba do
Pinheiro (27 mortes, 9,03%), Santa Tereza (25 mortes, 5,21%), Rubem Berta (24
mortes, 5,21%) e Restinga (23 mortes, 3,74%).
Esses bairros são também os que
têm mais demanda de vagas na educação infantil, saúde e saneamento básico.
Também são os “campeões” em denúncias de violência policial. Isto apenas mostra
o quão nossa sociedade é racista e a polícia atua não para proteger o conjunto
da população, e sim, os mais ricos. O que nos vemos é a repetição de governos que
não investem em educação e geração de empregos para juventude, que se sente
atraída pelo mundo do trafico que emprega e para muitos é o seu sustento. São
dezenas de jovens que se vêm sem oportunidade nessa sociedade capitalista,
viram “bucha de canhão” na mão do tráfico.
A solução não é colocar mais
policia na rua, essa mesma policia, na maioria das vezes, é quem mata a juventude
negra na periferia, pois não tem diálogo com a população. É necessário combater
a violência, primeiro com uma mudança na política econômica para que ela atenda
os interesses dos trabalhadores e não para os mais o ricos. É necessária a
descriminalização e legalização das drogas para combater o narcotráfico que
enriquece a burguesia e mata a juventude da periferia. A desmilitarização e
unificação de todas as policias em uma única policia civil com estrutura
interna democrática, que tenha seus delegados, promotores e juízes eleitos
pelas comunidades.
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