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Matheus Gordo candidato da Juventude da Frente PSTU-CS para a câmara de
vereadores de POA.
Gordo no Acampamento da Juventude do Fórum Mundial Social 2012 |
PSTU Gaúcho: Como tem sido a sua
trajetória no movimento estudantil/político e por que você foi escolhido para
ser o candidato da juventude do PSTU ?
Matheus: Iniciei minha participação no movimento estudantil em 2008, quando
estudava no Ensino Médio e estava no 3° ano, durante as lutas contra a
governadora Yeda. Na mesma época entrei para a Juventude do PSTU e hoje faço
parte da organização da nossa frente política com a CS. Em 2009, passei na
UFRGS, fiz dois semestres de Ciências Sociais, mas depois troquei para
Licenciatura em História. Participei da fundação da Assembléia Nacional dos
Estudantes Livre (ANEL) em 2009 e atualmente sou membro do Diretório Central
dos Estudantes (DCE) e representante discente no Conselho Universitário da
UFRGS. Também construo o Movimento Nacional Quilombo Raça e Classe em conjunto
com jovens e trabalhadores negros ligados a CSP-Conlutas.
O PSTU/A juventude do PSTU tem uma
militância que se realiza durante os 365 dias do ano. Estamos cotidianamente
construindo as lutas da juventude contra a opressão e por acesso pleno à
educação e à cultura em oposição aos governos. Nas eleições, eu acredito que é
necessário apresentar uma alternativa política socialista, revolucionária e
construída de forma coletiva com os movimentos sociais. A injustiça
social/racial que reina no Brasil não é diferente em Porto Alegre e os jovens
são os principais afetados sendo obrigados, na maioria das vezes, a abrir mão
dos seus sonhos para se contentar em “apenas” sobreviver nessa sociedade
desigual. Não queremos ficar só no “blá-blá-blá”. Faremos uma campanha para
fortalecer as lutas que estão rolando como a Greve Nacional em defesa da
Educação que já paralisa docentes, técnico-administrativos e estudantes do
Brasil inteiro. Vamos pautar a necessidade de uma transformação social radical
em Porto Alegre.
PSTU Gaúcho: A juventude do PSTU sempre
traz à tona nas eleições temas polêmicos e pautas pouco abordadas pelas outras
candidaturas. Quais serão as principais propostas e discussões que você irá
apresentar nessa eleição?
Matheus: Na realidade temas polêmicos, como a legalização da maconha, são os
debates que os jovens fazem todos os dias, mas que não tem espaço na mídia e
não interessam a velhos políticos e partidos do poder. Em primeiro lugar, minha
campanha será diferente, pois não vamos apresentar “soluções milagrosas” para a
juventude como fazem todos os candidatos. Iremos apresentar no rádio, na TV e
em nossos materiais a verdadeira realidade da capital, afirmando que um jovem
vereador revolucionário na Câmara pode cumprir um papel importante denunciando
para a população as falcatruas dessa falsa democracia, fortalecendo a organização
dos jovens e sendo um porta-voz e um ponto de apoio das mobilizações e ações
diretas, que são a única forma de mudar a realidade.
Vamos denunciar a situação da juventude
negra, vítima do racismo e da violência policial, que é privada do acesso à
educação básica e superior. Vamos defender a juventude LGBT pautando a
criminalização da homofobia e o fim do desrespeito da prefeitura, que manda a
polícia ameaçar os frequentadores dos bares na Cidade Baixa. Queremos discutir
a questão da legalização e descriminalização do aborto, além de propostas para
dar um fim à violência machista na capital, pois infelizmente cresce o número
de jovens assassinadas por aqui. Vamos propor a prisão dos corruptos e
corruptores, mandatos revogáveis na Câmara e que nenhum político receba mais
que um trabalhador comum. Enfim, a “nossa cara” são as propostas radicais!
PSTU Gaúcho: O que significa fazer uma
“campanha diferente” e como será organizada?
Matheus: Uma “campanha diferente” nos dias de hoje é sinônimo de uma campanha
independente! Temos orgulho de ser a única frente política que não aceitará
dinheiro das empresas, pois até o PSOL já naturalizou essa prática. Hoje os
parlamentos são verdadeiros “balcões de negócios” e isso começa nas campanhas,
quando as empresas financiam os partidos, que elegem seus prefeitos e
vereadores com o discurso de que são representantes do povo e dos jovens, nada
mais mentiroso! Sabemos que “quem paga a banda escolhe a música”, por isso
vemos corrupção e políticos que governam somente para os ricos. Nós temos um
perfil, que é o da classe trabalhadora, portanto organizaremos tudo com o
empenho da nossa militância e dos apoiadores. Ninguém vai receber dinheiro para
fazer campanha, diferente de como será nas candidaturas de Manuela , Fortunatti
e Villaverde.
PSTU Gaúcho: E como
entrará o debate sobre o socialismo? Muitas vezes ele é tratado como utopia ou
é identificado com quem está já está no poder, como Manuela. O que você pensa
sobre isso?
Matheus Gordo: É um tema importante. As propostas e a forma de organizar a campanha são
a materialização do nosso projeto político, ou seja, vamos defender o programa
socialista aplicado aos problemas concretos da vida das pessoas. Esse programa
é a expressão das necessidades de um setor da sociedade constituído pela classe
trabalhadora, pela a juventude e pelo povo oprimido, ou melhor, os 99% que eram
a referência do Ocuppy Wall Street. Não há como ser socialista e defender
aliança com o PP de Maluf e de Ana Amélia, assim como o PC do B e o PT; não há
como ser socialista e reprimir com violência quem pede aumento salarial ou
protesta por mais verbas para a educação; não existe socialismo massacrando
comunidades quilombolas e ocupações populares como o Pinheirinho; enfim, não
existe socialismo governando com bancos, multinacionais e latifundiários. Dilma
e a sua base, que inclui Manuela e Fortunatti, comemoraram na última semana que
nosso país chegou à marca de 165 mil milionários. No entanto, o Brasil tem
quase 200 milhões de habitantes e o restante da população como está?
Esses aí não representam o socialismo,
apenas sujam essa bandeira e fortalecem a falsa ideia da utopia! Acredito que o
socialismo não é uma utopia. Acho que utopia é acreditar na possibilidade de
que a gente possa resolver os graves problemas sociais por dentro do
capitalismo, o mesmo sistema que gerou esses problemas. O socialismo não é só
possível, como é a única alternativa contra a barbárie que vivemos dia-a-dia e
a juventude é fundamental na construção dessa alternativa, por isso deve estar
junto com os trabalhadores! O que está acontecendo na Europa, no norte da
África e no mundo árabe é a prova de que o povo na rua pode transformar a realidade.
O socialismo deve ser identificado com esses processos e nossa referência esta
aí, pois queremos o povo controlando o sistema político e econômico de fato!
PSTU Gaúcho: Já que estamos no início
da campanha, em vez de pedirmos uma mensagem final, gostaríamos de suas
palavras iniciais aos internautas, jovens e trabalhadores da capital!
Matheus: É apenas o começo mesmo. Aliás, utilizaremos bastante à internet nessa
campanha, já que ela é um meio de comunicação democrático, diferente da TV e do
rádio, onde somente os partidos da elite aparecem. Desde já quero chamar todos
os jovens que participam do movimento social para construir a nossa plataforma
política e participar das discussões da Frente Política PSTU/CS. Essa frente é
a grande novidade da esquerda gaúcha e já cumpre um papel muito importante nas
lutas de diversas categorias como os professores do estado, os metroviários, os
bancários, os trabalhadores do setor da informática e um longo etc. Convoco
todos àqueles, que acreditam que é possível construir uma nova sociedade, a
conhecerem a frente e apoiarem a pré-candidatura de Érico Correa para a
prefeitura da capital. Faremos uma campanha limpa, em todos os aspectos, mas
acima de tudo, uma campanha “pra cima” e muito militante. Conto com o apoio de
geral!
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